sábado, 27 de junho de 2020

Princípios

A Princípios é uma das músicas mais fortes e politizadas que já criei. A música foi composta em meados de 2005/2006, mas a letra é super atemporal, traduzindo os tempos atuais com muita verdade. Ela fala da ganância humana que se sobrepõe a sentimentos nobres como amizade, empatia, honestidade, consciência e sabedoria. Expõe a necessidade mais vil de algumas pessoas em usar outras como degraus de uma escada pessoal tão imaginária quanto frágil. onde os fins justificam todo e qualquer meio.
Compus essa canção baseada em um alguém que fazia parte da minha vida na época e já tinha mostrado sinais de uma ganância perigosa e desmedida naquele então, ainda que de forma bastante dissimulada e travestida de amizade e boas intenções. Há pessoas que realmente criam uma realidade ilusória dentro delas, onde os princípios são deixados de lado e toda a noção do certo e do errado é distorcida para chegarem onde gostariam. Criam atalhos duvidosos, dão rasteira das formas mais vis ao longo dessa escalada social, uma obsessão doentia, onde não cabem sentimentos de culpa ou vergonha. Obviamente atitudes assim só podem vir de mentes muito doentes, com cognições disfuncionais e traços de psicopatia. Pessoas desse nível tão baixo podem se fantasiar de bondade e sucesso e seguir enganando a muitos. Tanto é assim que esse indivíduo em quem me inspirei pra criar a Princípios está neste momento em briga judicial com mais um artista por conta dos mesmos motivos que me fizeram me afastar dele. O caminho dessa pessoa doente é trilhado em cima da exploração do talento e das criações alheias, quase como numa confissão de inveja por ele próprio não ter essa capacidade criativa e precisar roubar outros pra se sentir brevemente satisfeito. Digo brevemente porque não há satisfação que preencha o vazio que essa pessoa carrega consigo. Conforme rouba e engana, o vazio se torna cada vez maior e mais faminto, como um viciado em alguma droga pesada. A falta que há nele é muito mais psicológica que material.
Não há número de dígitos em uma conta bancária que satisfaça uma psique quebrada. Tanto é assim que há muitos milionários depressivos no mundo.
Enfim, a Princípios é uma música que escancara essa verdade e mete o dedo em feridas. O motivo dela existir é poder libertar algumas existências dessa busca cega por sucesso, dinheiro e prestígio sem pensar nos outros como seres humanos, com histórias e sentimentos a serem levados em consideração.
Quero esclarecer que não culpo o dinheiro por isso, inclusive eu o defendo na música quando digo "não que o dinheiro por si só seja sujo", pois o dinheiro é um instrumento saudável no mundo, que pode trazer muita felicidade e qualidade de vida para quem o maneja com sabedoria e respeito ao próximo. O problema está em quem o transforma em arma e destrói sentimentos, relacionamentos e PRINCÍPIOS para obtê-lo. Esses não conseguem viver a felicidade plena.
Só há felicidade verdadeira quando todos os envolvidos estão felizes.

Clique aqui pra ouvir a Princípios

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Uera

A música Uera foi criada há tanto tempo... há vinte e um anos, pra ser mais precisa. Pra contar a história dela tenho que relembrar a história da Lunnes, minha primeira e única banda da vida, minha grande experiência de trabalho em equipe, com amigos e parceiros musicais, com um namorado que era também guitarrista da banda e o grande organizador de reuniões e pautas listadas cuidadosamente na agenda, o Rodrigo Simas. Cheguei, como sempre, com a letra e a melodia já prontas. Rodrigo tirou no violão e depois fez os arranjos de guitarra. Cada integrante criou seu jeito de tocar essa música e ela foi se estruturando nos ensaios. Tinha o Luciano Farias na bateria, o Fernando Villatore no baixo, o Thiago Menegassi no violão e o Vina Lacerda na percussão. Curiosidade: o instrumento que mais trouxe integrantes novos pra banda foi o baixo. Trocamos de baixista três ou quatro vezes...

Uera já foi bem mais longa do que é hoje em dia. Fomos cortando partes e deixando a música mais enxuta. Ela tem um nome diferente, como um grito de guerra, uma palavra única, algo muito próprio. Tá tão atrelada ao que foi a Lunnes no meu coração que não tem como separar uma coisa da outra. Canção e banda são partes especiais da mesma época da minha vida.
Se tenho saudades? Não... sinto felicidade em lembrar o que vivi com a Lunnes. Ela (a banda) me ensinou tanto a acreditar no caminho que seu poder de iluminação segue até hoje clareando minhas ideias e meus sentimentos. É bom demais ter na história lembranças como a Lunnes.

dá pra ouvir a Uera na sua segunda versão aqui, no álbum Unni, no Youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=wyb_1FmeG1U

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