A Princípios é uma das músicas mais fortes e politizadas que já criei. A música foi composta em meados de 2005/2006, mas a letra é super atemporal, traduzindo os tempos atuais com muita verdade. Ela fala da ganância humana que se sobrepõe a sentimentos nobres como amizade, empatia, honestidade, consciência e sabedoria. Expõe a necessidade mais vil de algumas pessoas em usar outras como degraus de uma escada pessoal tão imaginária quanto frágil. onde os fins justificam todo e qualquer meio.
Compus essa canção baseada em um alguém que fazia parte da minha vida na época e já tinha mostrado sinais de uma ganância perigosa e desmedida naquele então, ainda que de forma bastante dissimulada e travestida de amizade e boas intenções. Há pessoas que realmente criam uma realidade ilusória dentro delas, onde os princípios são deixados de lado e toda a noção do certo e do errado é distorcida para chegarem onde gostariam. Criam atalhos duvidosos, dão rasteira das formas mais vis ao longo dessa escalada social, uma obsessão doentia, onde não cabem sentimentos de culpa ou vergonha. Obviamente atitudes assim só podem vir de mentes muito doentes, com cognições disfuncionais e traços de psicopatia. Pessoas desse nível tão baixo podem se fantasiar de bondade e sucesso e seguir enganando a muitos. Tanto é assim que esse indivíduo em quem me inspirei pra criar a Princípios está neste momento em briga judicial com mais um artista por conta dos mesmos motivos que me fizeram me afastar dele. O caminho dessa pessoa doente é trilhado em cima da exploração do talento e das criações alheias, quase como numa confissão de inveja por ele próprio não ter essa capacidade criativa e precisar roubar outros pra se sentir brevemente satisfeito. Digo brevemente porque não há satisfação que preencha o vazio que essa pessoa carrega consigo. Conforme rouba e engana, o vazio se torna cada vez maior e mais faminto, como um viciado em alguma droga pesada. A falta que há nele é muito mais psicológica que material.
Não há número de dígitos em uma conta bancária que satisfaça uma psique quebrada. Tanto é assim que há muitos milionários depressivos no mundo.
Enfim, a Princípios é uma música que escancara essa verdade e mete o dedo em feridas. O motivo dela existir é poder libertar algumas existências dessa busca cega por sucesso, dinheiro e prestígio sem pensar nos outros como seres humanos, com histórias e sentimentos a serem levados em consideração.
Quero esclarecer que não culpo o dinheiro por isso, inclusive eu o defendo na música quando digo "não que o dinheiro por si só seja sujo", pois o dinheiro é um instrumento saudável no mundo, que pode trazer muita felicidade e qualidade de vida para quem o maneja com sabedoria e respeito ao próximo. O problema está em quem o transforma em arma e destrói sentimentos, relacionamentos e PRINCÍPIOS para obtê-lo. Esses não conseguem viver a felicidade plena.
Só há felicidade verdadeira quando todos os envolvidos estão felizes.
Clique aqui pra ouvir a Princípios
i´m unni
sábado, 27 de junho de 2020
segunda-feira, 15 de junho de 2020
Uera
A música Uera foi criada há tanto tempo... há vinte e um anos, pra ser mais precisa. Pra contar a história dela tenho que relembrar a história da Lunnes, minha primeira e única banda da vida, minha grande experiência de trabalho em equipe, com amigos e parceiros musicais, com um namorado que era também guitarrista da banda e o grande organizador de reuniões e pautas listadas cuidadosamente na agenda, o Rodrigo Simas. Cheguei, como sempre, com a letra e a melodia já prontas. Rodrigo tirou no violão e depois fez os arranjos de guitarra. Cada integrante criou seu jeito de tocar essa música e ela foi se estruturando nos ensaios. Tinha o Luciano Farias na bateria, o Fernando Villatore no baixo, o Thiago Menegassi no violão e o Vina Lacerda na percussão. Curiosidade: o instrumento que mais trouxe integrantes novos pra banda foi o baixo. Trocamos de baixista três ou quatro vezes...
Uera já foi bem mais longa do que é hoje em dia. Fomos cortando partes e deixando a música mais enxuta. Ela tem um nome diferente, como um grito de guerra, uma palavra única, algo muito próprio. Tá tão atrelada ao que foi a Lunnes no meu coração que não tem como separar uma coisa da outra. Canção e banda são partes especiais da mesma época da minha vida.
Se tenho saudades? Não... sinto felicidade em lembrar o que vivi com a Lunnes. Ela (a banda) me ensinou tanto a acreditar no caminho que seu poder de iluminação segue até hoje clareando minhas ideias e meus sentimentos. É bom demais ter na história lembranças como a Lunnes.
dá pra ouvir a Uera na sua segunda versão aqui, no álbum Unni, no Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=wyb_1FmeG1U
Uera já foi bem mais longa do que é hoje em dia. Fomos cortando partes e deixando a música mais enxuta. Ela tem um nome diferente, como um grito de guerra, uma palavra única, algo muito próprio. Tá tão atrelada ao que foi a Lunnes no meu coração que não tem como separar uma coisa da outra. Canção e banda são partes especiais da mesma época da minha vida.
Se tenho saudades? Não... sinto felicidade em lembrar o que vivi com a Lunnes. Ela (a banda) me ensinou tanto a acreditar no caminho que seu poder de iluminação segue até hoje clareando minhas ideias e meus sentimentos. É bom demais ter na história lembranças como a Lunnes.
dá pra ouvir a Uera na sua segunda versão aqui, no álbum Unni, no Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=wyb_1FmeG1U
segunda-feira, 27 de março de 2017
A música "Ninguém".
A Ninguém é uma canção que nasceu aos poucos. Fui cantarolando o refrão durante alguns dias, talvez meses. Fiquei imaginando o que colocar nas estrofes. Era a época em que eu andava bastante a pé e aproveitava esse momento para observar as pessoas na rua. Esperando o ônibus certa vez, um grupo de surdos se aproximou. Eu fiquei ali observando a forma como eles se comunicavam por gestos e me senti uma estrangeira. Era uma cena silenciosa e gestual onde as pessoas tinham uma forma totalmente diferente de comunicação e precisavam prestar bastante atenção umas às outras para se entenderem. "Aquele que não ouve precisa que alguém preste atenção nos seus gestos..." E assim foi nascendo uma das estrofes. Foi literal mesmo.
Percebi que o refrão era a costura que uniria uma estrofe à outra com histórias do cotidiano e fui montando a música com essa ideia. Como crio a canção fazendo a letra e a melodia ao mesmo tempo, foi mais fácil terminar a Ninguém depois que decidi qual seria sua mensagem.
Percebi que o refrão era a costura que uniria uma estrofe à outra com histórias do cotidiano e fui montando a música com essa ideia. Como crio a canção fazendo a letra e a melodia ao mesmo tempo, foi mais fácil terminar a Ninguém depois que decidi qual seria sua mensagem.
Ela tem uma força tão bonita que muitas pessoas vêm e dizem que adoram a Ninguém. Eu a vejo tranquila, sincera e simples. Tem um passeio melódico agradável, pois foi feita com bastante carinho. Aliás, sou muito suspeita pra falar do carinho com as minhas músicas... Pra mim elas são como filhas e cada uma tem sua personalidade. Tanto é assim que vão mudando também com o tempo: cada vez que interpreto, elas já estão mais "crescidas". :)
domingo, 21 de agosto de 2016
Jorge
A "Jorge" nasceu texto primeiro. Não tinha melodia. Era um texto que escrevi em um dos meus tantos cadernos, onde escrevo pensamentos que funcionam quase como um diário. Lá estava a "Jorge" esperando para virar música.
Antes da versão do link abaixo, teve outras versões, com outros arranjos e caras, mas no CD "Unni", ela está alegre. Mais alegre do que sua essência sugere.
Sua história é sobre um amor adolescente que durou alguns anos e tornou-se um amor da primeira fase adulta também. Um amor que durou muito. Teve semente e tudo. Mas quando germinou, foi cortado logo em seguida. Germinou cedo demais, clandestinamente demais. Tornou-se até algo preocupante, pelas suas consequências, ou inconsequências. Deixou até cicatriz. Mas teve sua beleza; e por ter essa beleza, virou música.
Segue o link da "Jorge" no Spotify.
sexta-feira, 29 de julho de 2016
Perfeita pra Você
Iniciando a série de postagens sobre as músicas do CD Unni aqui no blog, vou falar sobre o nascimento de cada uma delas na mesma ordem do álbum. A postagem de abertura é sobre a música Perfeita pra Você.
A "Perfeita pra Você" tem características de primeira em tudo. É a primeira do CD, nasceu com a primeira frase, ainda sem melodia "eu sou a soma de tudo que eu tenho e de tudo que me falta..."
Ela foi também a primeira a ganhar um clipe e vai ser a primeira a ser traduzida, por assim dizer, nesta lista de músicas a serem "contadas". Pois cada uma é - além de uma canção - também um conto.
Eu a escrevi pensando no que somos. Somos diferentes a cada momento, ainda que não percebamos isso tão nitidamente. Uma nova palavra, um novo ponto de vista, uma nova ideia, uma nova esperança. "Tudo muda o tempo todo no mundo", já disse Lulu Santos. E somos assim também: mudamos, até o final. Não vai existir o momento em que você vai estar completamente pronto pra alguém. Nem alguém vai estar completamente pronto pra você.
Falando de um amor romântico, são duas pessoas que se encontram em um determinado momento das suas vidas e elas se encaixam, com suas perfeições e imperfeições. Eles dois colaboram um para a evolução do outro. São, dessa forma, perfeitos um para o outro.
Um grande amigo meu ouviu a música e propôs fazermos um clipe, com os recursos que tínhamos, com praticidade, alegria e muita vontade. E então, de uma conversa nasceu este clipe feito entre amigos. Um presente que ganhei de uma pessoa muito querida, o Khris Taylor. Pois a Perfeita pra Você é ainda mais abrangente: ela fala de qualquer relacionamento. Amizade é um deles. E se trata sempre de duas pessoas em transformação que se encontram em um determinado momento para transformarem também uma à outra.
Eu me sinto transformada por cada uma das pessoas que participaram do processo de nascimento, construção e acabamento dessa música. A produção é de Rodrigo Lemos, ex Banda Mais Bonita da Cidade, o Lemoskine. As gravações foram feitas em Curitiba no estúdio AudioStamp com o Virgílio Milléo, e a mixagem e masterização foram feitas no Rio de Janeiro, por Jafi Augusto e Ricardo Garcia, respectivamente.
Com vocês, a Perfeita pra Você:
quarta-feira, 27 de julho de 2016
Lado A Discos
E pra quem não viu a entrevista feita para o blog Lado A Discos em junho, tá aqui! :)
http://ladoadiscos.com.br/blog/2016/06/28/lado-discos-entrevista-maricel/
http://ladoadiscos.com.br/blog/2016/06/28/lado-discos-entrevista-maricel/
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
O significado da palavra Unni
Para começar - ou recomeçar - vou explicar o porque do nome Unni.
"Unni es coreano, y significa hermana mayor, aunque se usa entre amigas también, para referirse a una amiga mayor." (fonte: palabrita.net)
Tradução: Unni é coreano e significa irmã mais velha, ainda que seja usado entre amigas também ao se referirem a uma amiga mais velha.
A explicação acima se encaixa perfeitamente naquilo que sou para os meus irmãos: a irmã mais velha. E também no que sou para alguns dos meus amigos. Né Lipe?
Mas existe uma tradução da palavra Unni que aprendi nas leituras e práticas do Yôga que foi a que me prendeu a atenção e com a qual eu me identifiquei desde um início:
"Em sânscrito, unni significa liderar, resgatar, erigir, plantar, levantar, exaltar, engrandecer, edificar, construir, montar, estender, avançar, pôr diante, desembaraçar, causar, determinar, ajudar, promover." (fonte: uni-yoga.org)
Na versão para computador, vocês têm no final da página a opção "Receba novos posts", que permite incluir seus emails na lista do blog e receberem minhas atualizações na sua caixa.
Sintam-se livres para comentar, quando assim quiserem. Sempre haverá alguém que queira dizer algo relevante, incluir alguma idéia ou pensamento, fazer uma observação ou acrescentar um dado. E será uma grande troca, pois além de escrever pra vocês, também quero aprender com vocês.
Um grande abraço,
Maricel
"Unni es coreano, y significa hermana mayor, aunque se usa entre amigas también, para referirse a una amiga mayor." (fonte: palabrita.net)
Tradução: Unni é coreano e significa irmã mais velha, ainda que seja usado entre amigas também ao se referirem a uma amiga mais velha.
A explicação acima se encaixa perfeitamente naquilo que sou para os meus irmãos: a irmã mais velha. E também no que sou para alguns dos meus amigos. Né Lipe?
Mas existe uma tradução da palavra Unni que aprendi nas leituras e práticas do Yôga que foi a que me prendeu a atenção e com a qual eu me identifiquei desde um início:
"Em sânscrito, unni significa liderar, resgatar, erigir, plantar, levantar, exaltar, engrandecer, edificar, construir, montar, estender, avançar, pôr diante, desembaraçar, causar, determinar, ajudar, promover." (fonte: uni-yoga.org)
Na versão para computador, vocês têm no final da página a opção "Receba novos posts", que permite incluir seus emails na lista do blog e receberem minhas atualizações na sua caixa.
Sintam-se livres para comentar, quando assim quiserem. Sempre haverá alguém que queira dizer algo relevante, incluir alguma idéia ou pensamento, fazer uma observação ou acrescentar um dado. E será uma grande troca, pois além de escrever pra vocês, também quero aprender com vocês.
Um grande abraço,
Maricel
sexta-feira, 31 de julho de 2015
O blog voltou
Tive uma ideia, ao reativar o blog. Vou falar de trabalho, contar a história de uma música do Unni por vez e temperar com textos livres.
Este é meu texto livre de hoje, para celebrar a reinauguração da casa.
Pensei em omitir todos os textos mais antigos, mas decidi deixar alguns por enquanto. Afinal, eles são provas da mudança e da evolução. E provas também, por outro lado, de que há certas características que temos que não mudam nunca.
Assustadoramente as coisas se tornam passado. Favoravelmente também. Nunca o passado é melhor que o presente, porque só no presente podemos fazer tudo do jeito que queremos. E isso é excitante, não é mesmo?
Os textos livres são o exercício da minha vontade de falar sobre assuntos variados, que, dentro da sua banalidade ou expressão despretensiosa, guardam algo de importante pra ser postado. Nem que seja pra registrar ideias momentâneas, não fixas. Sim, porque mudamos. Sempre aprendemos a vestir alguns trajes comportamentais que antes ignorávamos ou não considerávamos importantes.
Se além do blog existem outras novidades? É claro que sim! Mas sobre esses assuntos vou falar em outros posts. Hoje, aqui neste texto, só vim saudar a reativação da fábrica de palavras.
Este é meu texto livre de hoje, para celebrar a reinauguração da casa.
Pensei em omitir todos os textos mais antigos, mas decidi deixar alguns por enquanto. Afinal, eles são provas da mudança e da evolução. E provas também, por outro lado, de que há certas características que temos que não mudam nunca.
Assustadoramente as coisas se tornam passado. Favoravelmente também. Nunca o passado é melhor que o presente, porque só no presente podemos fazer tudo do jeito que queremos. E isso é excitante, não é mesmo?
Os textos livres são o exercício da minha vontade de falar sobre assuntos variados, que, dentro da sua banalidade ou expressão despretensiosa, guardam algo de importante pra ser postado. Nem que seja pra registrar ideias momentâneas, não fixas. Sim, porque mudamos. Sempre aprendemos a vestir alguns trajes comportamentais que antes ignorávamos ou não considerávamos importantes.
Se além do blog existem outras novidades? É claro que sim! Mas sobre esses assuntos vou falar em outros posts. Hoje, aqui neste texto, só vim saudar a reativação da fábrica de palavras.
Assinar:
Postagens (Atom)